quarta-feira, 19 de março de 2008

O seu nome

Pousa o livro. Nesse movimento. Repousado. Vejo na tua imagem.

domingo, 16 de março de 2008

Patti Smith em 1979

Uma pérola. Numa entrevista a uma televisão alemã, a propósito do concerto em Rockpalast, o entrevistador insiste em repetir a pergunta: «na letra da canção 'So You Wanna Be (A Rock 'N' Roll Star)', canta: 'don't forget who you are, you are a rock'n'roll star'; o que é que isso significa para si hoje?» E por mais que repita, ela distrai-se... É só clicar para ver o vídeo.

Inventar o sonho

Morrer era mais fácil.

terça-feira, 11 de março de 2008

o quarto

Queria ser pássaro. Quando chegar a altura, ir-me embora.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Onde vamos?

Tão tranquilo o dia.
Na infância.
Regresso ao olhar, no desejo escondido. Queimo ervas. Tive o sonho de ti.

quinta-feira, 6 de março de 2008

De ti

Os territórios da minha vida, sentir a atracção desta casa, na sombra dos recantos. Paisagem nocturna. Prazer. Assim, tão perto do olhar que lhe sinto o toque. Inclina-te. Cheira. A flor que entra em ti. As terra por entre os dedos. A sede. Os pensamentos nascem aqui. Por entre as folhas das árvores. Perto do céu. O tempo que se ausenta. De ti.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Adeus Maria Gabriela Llansol

O mundo está mais pobre. As palavras que respiram um viver profundo, delicado no sentir, que tocam, na ponta dos dedos, a aragem fria de um entardecer no campo, que se desviam dos caminhos vulgares desta cegueira apressada do consumo, tão distante do corpo e de si mesmo, são cada vez mais raras.
Maria Gabriela Llansol morreu.
É mais uma dessas vozes luminosas, cheias das cores variadas do sentir, por dentro e por fora, daquelas que nos indicam o mundo,que se calam.
Fica apenas uma breve, pequena, recordação:

«desejo de ler, não de escrever. Desejo de dispersar, não de reunir. Afastando-me da escrita, o texto lido, em espiral, é o pequeno quarto - o quarto último da Casa, a peça que mantém firme o verbo. De nada tenho a verdade, tenho intuições fulgurantes que me deixam nua de expressão. O sol atravessou-se na porta, as túlipas começam a aparecer em frente da ampla janela da cozinha, e eu penso no
antes,
e no depois
da casa.»

«Jodoigne, 3 de Março de 1976», de Maria Gabriela Llansol, em «finita»