terça-feira, 31 de julho de 2007

Os primeiros livros




Há outros livros, claro. Uma história para crianças, inspirada no «O Quebra-Nozes», contos espalhados em colectâneas portuguesas e estrangeiras, e o livro «Corpo de Cordas - 10 anos de Companhia Paulo Ribeiro», editado pela Assírio & Alvim (num trabalho cuidado do Manuel Rosa).

Mas na Trilogia Rock, que se encerra com «O Tempo das Cerejas», há dois outros livros, cujas capas aqui deixo, para quem as não conhece. «Sensualistas» é de 2001 e «Conto de Verão» é de 2002. Ambas as capas, como a de «O Tempo das Cerejas», são de Maria Manuel Lacerda (ou Seixas?).

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Visita à Second Life e Al Berto


Breve pausa em RL para respirar fundo, por um instante, em SL. Ouvir os pássaros, mergulhar na cascata de águas transparentes, escutar a melodia do deslizar ligeiro da corrente de água, rãs e a natureza a toda a volta...
Jonsy Lilliehook anda com pouco tempo para se escapar... mas a RL também é, em si, uma possibilidade de maravilhamento.
Um saltinho a Montemor-o-Velho, aos espectáculos do Citemor, ou um saltinho às páginas do livro de Al Berto, «Degredo no Sul», acabadinho de editar pela Assírio & Alvim, numa selecção de Paulo Barriga, é também uma possibilidade de fuga à RL, ou de relacionamento mais íntimo, mais próximo, mais sensível a essa RL que nos escapa pelos dedos. Regressarei a ele brevemente.
Ficam apenas algumas palavras, em homenagem ao poeta, ao Paulo e à editora.



Para tocar as palavras com a ponta dos dedos e suspirar
«pouco mais há a dizer. caminho largando os últimos resíduos da memória. fragmentos de noite escritos com o coração a pressentir as catástrofes do mundo. a grande solidão é um lugar branco povoado de mitos, de tristezas e de alegria. mas estou quase sempre triste. algumas fotografias revelam-me que noutros lugares já estivera triste. por exemplo, no fundo deste poço vi inclinar-se a sombra adolescente que fui. água lunar, canaviais, luminoso escaravelhos. este sol queimando a pele das plantas. caminho pelos textos e reparo em tudo isto. o que começo deixo inacabado, como deixarei a vida, tenho a certeza, inacabada(...)» (para ler, até ao fim, numa respiração só, Al Berto em «Degredo no Sul», Assírio & Alvim)

sábado, 28 de julho de 2007

Habitar o teatro


Até 11 de Agosto, a minha escrita vai habitar o blogue do Citemor.
Já agora... a cadela preta que aqui dorme, tão tranquilamente, por entre o caos de um escritório de um festival de teatro contemporâneo, chama-se Branca.

O teatro como lugar onde nos encontramos vivos

João Brites, o encenador, à beira da estrada, no cenário nocturno, natural, onde começa a acção de «Os Vivos».


As imagens que aqui ficam são fotografias tiradas há duas semanas, quando O Bando estava em residência artística, a terminar a criação de «Os Vivos», que estreou em Montemor-o-Velho a 19 de Julho.


«Os Vivos» tem texto de Jacinto Lucas Pires, encenação de João Brites, espaço cénico de João Brites e Rui Francisco. A oralidade (tão determinante dos trabalhos do grupo) é, como habitualmente, de Teresa Lima e os figurinos e adereços de Clara Bento. O elenco é composto por Ana Freitas, Dinis Machado, Inês Rosado, João Garcia Miguel e Paula Só.
Quem perdeu a estreia ali, pode ver o espectáculo, de 13 de Setembro a 21 de Outubro, no espaço da companhia, em Vale de Barris, Palmela, e na viagem aproveitar para dar um passeio pela Serra da Arrábida.


Até 11 de Agosto, está a decorrer em Montemor-o-Velho (perto de Coimbra e da Figueira da Foz), a 29ª edição do Festival Citemor.


Armando Valente, num dos raros momentos em que não está ao telemóvel...


É teatro, mas não é apenas teatro... é uma oportunidade para descobrir as possibilidades da criação (e do existir) contemporâneo em pleno exercício de liberdade imaginativa, e no contexto de uma vila onde o tempo parece que tem outro ritmo, outra tonalidade...


Vale a pena espreitar a programação do Citemor e dar um salto até lá.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Há olhares que não se esquecem... e cerejas...




Fotos: Miguel Ribeiro Fernandes

A todos os amigos que foram, que fizeram deste momento especial um momento mais especial ainda, ao som dessa comovente canção que é «Le temps des cerises», cantada por Yves Montand (uma surpresa da editora), muito obrigado. Este livro há muito deixou de ser apenas um livro. O que ele simboliza, a história que conta, sentiu-se e viveu-se naquele momento partilhado por todos na Fnac do Colombo (26 de Julho de 2007, às 19h30). A família - todos vocês que adoro! - é o melhor do mundo!


domingo, 22 de julho de 2007

Lançamento ao vivo - olhos nos olhos

Foto: Miguel Ribeiro Fernandes




E depois da apresentação na realidade virtual, está a chegar o dia da apresentação ao vivo, olhos nos olhos. Porque, apesar de parte (e apenas parte) da acção se passar na Second Life, «O Tempo das Cerejas» fala de afectos e fala da família, num sentido alagardo, onde se inclui a família por escolha: todos aqueles que amamos. Fala de Portugal, como um país maravilhoso, mas inscrito numa realidade mais ampla, que é a Europa e o mundo. Sempre acompanhado de muita música. Fala da intimidade, fala do útero, do bairro, da proximidade, e fala da distância, da viagem, de estarmos perdidos, fala dessas pequenas (ou grandes) mortes que temos de sobreviver para podermos, finalmente, viver outra vez!



Atenção: Por lapso, na Agenda da FNAC do Colombo, em Lisboa, a data do lançamento está incorrecta. A data válida é dia 26 às 19h30.

Nota:
A maravilhosa imagem da capa é da autoria de Maria Manuel Seixas - autora das capas igualmente comoventes de «Sensualistas» (2001) e «Conto de Verão» (2002), as duas primeiras partes da «Trilogia Rock», que se encerra com este «O Tempo das Cerejas». Só é pena o brilho... Acrescente-se um dado importante, este livro é fruto de um trabalho de equipa no feminino, no qual se inclui Maria Manuel, mas também Cristina Ovídio (a grande editora!) e Inês Queiroz (a melhor assessoria de imprensa). Para provar que as mulheres também são capazes de se dar muito MUITO bem! Prometo foto do trio maravilha para breve...

«O Tempo das Cerejas» - o começo da história

Foto: Miguel Ribeiro Fernandes
Há beijos que não se esquecem.

Claudia Galhós vê um «jardim encantado» onde José Saramago receia «pura esquizofrenia»




Legenda: algumas imagens de jardins encantados (literalmente)

Claudia Galhós vê «jardim encantado» no Second Life

O Second Life (SL) tem atraído poucos escritores portugueses, mas, entre os que conhecem o mais famoso mundo virtual em três dimensões, Claudia Galhós vê um «jardim encantado» onde José Saramago receia «pura esquizofrenia».

Foi assim que Fernando Zamith (Fermith Zabelin, no SL), começou o texto da agência Lusa, publicado a 19 de Julho, e que o Diário Digital, entre outros jornais, divulgaram no próprio dia.

Apresentação de «O Tempo das Cerejas» em Bora Bora







E às 20h30 já o encontro tinha começado. Houve press kits (notecards) com sinopse, convites para o lançamento em RL, bios, e excertos distribuídos. Houve leitura de textos (em versão teclada e cheia de letras trocadas), houve conversas sobre o livro (mas também sobre tantas outras coisas). Houve amigos que apareceram e que comoveram. Houve muitas pessoas que por lá passaram e que não conhecia de lado nenhum - caso raro em iniciativas do género, como lançamentos, em que normalmente todos os que lá vão se conhecem. E houve uma coincidência extraordinária. Um encontro inesperado, com uma daquelas histórias que parece que nem dá para acreditar. Mas essa... fica guardada e partilhada entre mim e a pessoa com quem partilho esta história... Pelo menos para já. Ah!, é verdade, fui ao fundo do mar com alguns amigos e descobri que na SL podemos voar, mas não sei como nadamos ou mergulhamos. E houve muitos de nós que ofereceram amizade uns aos outros e houve muitos de nós que aceitaram amizade que outros nos ofereciam... É assim na SL...

Conversa em Bora Bora




Um dia antes do lançamento virtual, um encontro na ilha Bora Bora, para uma conversa a dois, ao som dos pássaros e do vai-e-vem das ondas do mar, com José Antunes (ou Gaia Bosch), o enviado especial do Expresso à Second Life.
Na minha (Jonsy) visão daquele mundo, o encontro começou à noite. Mas ali podemos escolher a altura do dia em que nos encontramos e é muito mais bonita a praia com a luz do sol a espreitar. Foi a primeira coisa que Gaia me ensinou.

O texto pode ser lido no Expresso Online

sábado, 21 de julho de 2007

Le temps des cerises


Quand nous chanterons le temps des cerises,
Et gai rossignol, et merle moqueur
Seront tous en fête !
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au cœur !
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur !

Mais il est bien court, le temps des cerises
Où l'on s'en va deux cueillir en rêvant
Des pendants d'oreilles...
Cerises d'amour aux robes pareilles,
Tombant sous la feuille en gouttes de sang...
Mais il est bien court, le temps des cerises,
Pendants de corail qu'on cueille en rêvant !

Quand vous en serez au temps des cerises,
Si vous avez peur des chagrins d'amour,
Evitez les belles !
Moi qui ne crains pas les peines cruelles
Je ne vivrai pas sans souffrir un jour...
Quand vous en serez au temps des cerises
Vous aurez aussi des chagrins d'amour !

J'aimerai toujours le temps des cerises,
C'est de ce temps-là que je garde au cœur
Une plaie ouverte !
Et dame Fortune, en m'étant offerte
Ne saurait jamais calmer ma douleur...
J’aimerai toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au cœur !

canção de Jean Baptist Clément (letra) e Antoine Renard (música) de 1866

Site coreano onde pode ouvir (ou talvez não, porque às vezes, muitas vezes, não funciona...) a canção pela voz de Nana Mouskouri e de Yves Montand:

Lançamento da Second Life

Primeiro: foi o anúncio

Primeiro romance português lançado e passado na Second Life

A Oficina do Livro convida para a apresentação do romance «O Tempo das Cerejas» (cuja parte da acção decorre na Second Life), com a autora Claudia Galhós, numa ilha daquele mundo virtual, num acontecimento que antecede o lançamento ao vivo.

O encontro está agendado para a próxima terça-feira, dia 17 de Julho de 2007, às 20h30. Porque é Verão, será marcado à beira-mar, na ilha Bora Bora (que serve de cenário a um dos capitulos do livro), ao som das mansas ondas do mar e do canto dos pássaros.

A foto que segue é a da avatar da autora, Jonsy Lilliehook, na ilha Bora Bora, que devem procurer mal ali cheguem.

Instruções e procedimentos:

Para quem não está familiarizado com a Second Life, e não tem existência virtual naquele mundo, tem de proceder à inscrição na Second Life e à criação do/a avatar.

Para isso, têm de aceder à página official, em www.secondlife.com, e seguir todos os passos indicados no rectângulo laranja, onde se pode ler «join now, membership is free», o que corresponde à verdade.

Depois de inscrito, criado o avatar, e feito o download da Second Life e depois de se conectarem ao mundo virtual, vão parar à Orientation Island.

No fundo do ecrã, encontram uma barra com diversos itens, um deles é o mapa global. Se clicarem no mapa global, abre-se com este, do lado direito, uma barra que inclui a possibilidade de escrever o nome de uma região e fazer «search». Escrevem aí «Bora Bora» e há-de aparecer por baixo a localização da ilha. Uma vez encontrada, só têm de carregar no botão «teletransporte» e serão «teletransportados» para a ilha.

Uma vez em Bora Bora, procurem pela avatar que dá pelo nome de Jonsy Lilliehook, que estará disponível para conversar – sobre o livro, sobre a vida, ler excertos…

Outra possibilidade de chegar lá é procurando pelo nome de Jonsy Lilliehook mal cheguem à Orientation Island, usando os comandos na barra do fundo do ecrã, e dando indicação de teletransporte para onde ela está.

Na eventualidade (apenas na eventualidade) de a Second Life estar em baixo, o que pode acontecer, o encontro fica adiado para as 21h30 e novamente 22h30, na esperança que se restabeleça a comunicação.

Mudança de identidade




Claudia Galhós andava bem. Obrigado. Mas Claude Gherardi andava com alguns problemas... normalmente nua... sem conseguir vestir-se. Ainda tentou uma ilha distante, recomendada para reparações na «Segunda Vida», a «Crash me». Mas nada resultou. Nasceu, então, há poucos dias, uma nova avatar: Jonsy Lilliehook. Aqui, a passear e a voar pela ilha (quase sempre deserta) Bora Bora.

Entre a RL e a SL




Há cerca de um ano, e até hoje (desde há 35 anos), existia a Claudia Galhós.


E às vezes...


muito às vezes...


ou muitas vezes...


a vida não chega...


e todos precisamos de uma fuga...


O Tempo das Cerejas
Foto: Miguel Ribeiro Fernandes

Antes de «O Tempo das Cerejas»


Há cerca de um ano...
Antes de o livro nascer, existia a Claude Gherardi.
Nesta foto, era já um avatar diferente daquele que nasceu. O cenário, a galeria, é real... Isto é..., é virtual... é real no sentido de que existe realmente na realidade virtual... E agora também no livro «O Tempo das Cerejas».
E, já agora, sabem o que é o «crossplay»? É o que as imagens na parede representam. Explico tudo no «O Tempo das Cerejas»

«O Tempo das Cerejas»: A sinopse

Há beijos que não se esquecem. Podemos começar assim. Porque todas as histórias são histórias de amor. Mas podíamos também falar das três mulheres portuguesas (Amália, Anita e Teresa) e dos três homens (o francês Fabien, o italiano Julián e o catalão Carlos Ruiz). Aparentemente tão diferentes e tão distantes. Na idade, na sensibilidade, no país onde vivem. E, no entanto, cada um, à sua maneira, na sua cidade europeia, está perdido. No seu mundo, e no seu tempo. Todos procuram uma fuga. Porque há um momento na vida em que temos de matar algo em nós para podermos continuar vivos. Esse é o tempo das cerejas. Que chega com o sabor da tentação da Primavera e a promessa do Verão. As temperaturas sobem neste Portugal que se enche de música, com os festivais de Verão, onde todas as culturas se misturam. O horizonte da vida amplia-se com uma Europa em crise de identidade. Hoje, a intimidade encontra-se no café do bairro, no fado que sai das janelas para as ruas de Lisboa, numa esplanada numa cidade italiana, em Lecce, num cemitério de Paris ou num mundo inventado, numa ilha da Second Life. Porque o homem precisa de poder continuar a sonhar. Este é um livro de homenagem à família. A família de sangue e, numa renovada noção deste conceito, também a família de escolha, dos amigos que amamos, com quem construímos uma comunidade sustentada no afecto, onde é bem-vindo quem vier por bem.

O Tempo das Cerejas: Excerto

Excerto

Do que é que te lembras?
O que é que guardaste para ti, como recordação marcante
do teu passado, que faz de ti quem tu és hoje?
Quem são os outros?
Pessoas? Personalidades? Acontecimentos? Artistas? Poesia?
Um beijo?
Há beijos que não se esquecem.

Bio Claudia Galhós


Foto: Miguel Ribeiro Fernandes

Jornalista e escritora

Nasceu em Lisboa, em 1972. Actualmente escreve sobre dança, artes performativas e novo circo para o semanário Expresso. Foi editora do suplemento semanal «Artes de Palco», do programa «Magazine», da 2: da RTP (de 2004 a 2006), e jornalista do Diário Económico; editora de teatro, dança e artes plásticas do NetParque (o portal de cultura do Parque das Nações, ex-Expo’98); crítica de dança do jornal O Público e especialista da mesma área no Jornal de Letras. Entre 2001 e 2003, teve um programa semanal de entrevistas na rádio Voxx, intitulado «À Conversa sobre Artes».
Estreou-se na área da ficção em 2001, com «Sensualistas», o primeiro livro da Trilogia Rock, ao qual se sucedeu «Conto de Verão», em 2002 (livro seleccionado pelo Instituto Português do Livro e da Biblioteca para ser promovido na Feira do Livro de Frankfurt do ano seguinte), ambos editados pela Oficina do Livro. «O Tempo das Cerejas», romance que encerra a trilogia, é editado em Julho de 2007.
Tem diversos contos publicados em colectâneas em Portugal e no estrangeiro, e textos sobre teatro e dança em publicações estrangeiras, alguns apresentados em conferências internacionais (por exemplo, «Património da Inovação», no âmbito do festival «Contemporânea 05», que decorreu de 30 de Maio a 7 de Junho de 2005, em Prato, Itália; ou a conferência «Unidades de Sensação e a Continuidade como Ruptura», sobre as artes performativas portuguesas, em Serralves, no Porto, a 8 de Junho de 2006 ou, mais recentemente, em Junho de 2007, no Centro Coreográfico Galego).
É, desde Março de 2005, observadora/consultora da rede Íris (rede de programadores de Itália, França, Espanha e Portugal). Ainda nesta área, acaba de publicar o livro «Corpo de Cordas – 10 anos de Companhia Paulo Ribeiro», uma história biográfica de uma vida ligada à dança, pela Assírio & Alvim (Fevereiro de 2006), e está a tabalhar num livro de acompanhamento de processos criativos de companhias de teatro portuguesas.