
Al Berto a entrar pelas ruas e pelos contos de fada da visão das viagens que se guardam na memória como sonhos
pousa a boca no peito fissurado da terra
colhe o silêncio do que está morto
regressa para onde nunca estiveste
reconstrói em ti a pequena ruína dos brinquedos
no quarto escuro refaz o fugitivo corpo
colhe o silêncio do que está morto
regressa para onde nunca estiveste
reconstrói em ti a pequena ruína dos brinquedos
no quarto escuro refaz o fugitivo corpo

da rumorosa existência de papel bebe
a ansiedade venenosa das palavras o sangue
das perdidas aves no surdo coração da viagem
incendeia a cruel noite da infância despede-te
porque ao regressares aos tristes dias de hoje
terás esquecido a breve alegria do rosto e
uma luz extinguir-se-á vagarosamente
no interior da mão envelhecida
in «O Livro dos Regressos»
extraído de «O Último Coração do Sonho» de Al Berto, da Quasi
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